segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Alimentação



Alimentação:

Muitas vezes não tinha nada para comer, a não ser bolotas cozidas e sardinhas; uma sardinha era para 4 ou 5 pessoas, não é como agora que 4/5 sardinhas come uma pessoa. A vida era muito dura nesse tempo.
Comi muitas açordas, pão com azeitonas e quando não havia, comia pão seco com bolotas.
Quando fui para a Guiné lá davam-me uma lata de conservas de 48 em 48 horas. Passávamos por sítios que a água nos dava á cintura e quando levávamos comida acabava-se por estragar tudo e tínhamos que a comer estragada. Sofri muito.
Por ano matava-se um porco e era pago em empreitadas de colher o mato aos patrões.
Muitas das vezes o comer não se podia comer todo ao almoço, tinha que sobrar para o jantar porque não havia mais. A minha mãe não tinha praticamente nada para me dar a mim e aos meus irmãos o que comer, era uma miséria muito grande.
Tive dias de trabalhar e não haver nada para comer, senão uma refeição e pequena, era só para se ir passando o tempo.

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